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Figura 1: Campo médio de OLR, para o mês de Janeiro (período base de 1974 a novembro de 1983). O intervalo de contorno é de 20 W m-2, com valores maiores que 280 W m-2, dado por linhas pontilhadas. Fonte: Janowiak et al., 1985. |
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Figura 2: Campo médio de linha de corrente e divergência do vento no nível de 200mb: média de 01/01 a 08/01 de 2006. Fonte: Seabra et al, 2006. |
Níveis baixos: escoamento de norte-noroeste que começa junto à encosta leste dos Andes e se prolonga até a região sudeste do Brasil em forma de jato, sendo muito importante para o transporte de umidade da região amazônica para o Brasil Central e regiões sul-sudeste.
Níveis altos: circulação anticiclônica (Alta da Bolívia) e um cavado quase estacionário sobre o nordeste do Brasil.
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Figura 3: (a) Campo de altura geopotencial e vento em 850 hPa para o mês de janeiro (média de 1969-1978); (b) idem ao (a) para 150 hPa. Fonte: Nisbizawa e Tanaka, 1983. |
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Figura 4: Padrão esquemático do escoamento sobre a América do Sul durante o verão. Fonte: Nishizawa e Tanaka, 1983. |
Análise dos mecanismos candidatos a importantes postos na formação e persistência da ZCAS:
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Analisando a equação do geopotencial, nota-se que o papel da liberação de calor latente corresponde a uma diminuição da altura equivalente H para a altura equivalente efetiva :
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Esta diminuição da altura equivalente tem efeito dinâmico que pode ser visto através do raio de deformação de Rossby(), o que siginifica que perturbações que são pequenas com relação ao raio de deformação calculado com a altura equivalente H, podem ser grandes ao incorporar o efeito da liberação de calor latente que diminui a altura equivalente para
.
Assim a maior parte da energia da convecção é projetada nos modos mais lentos que se tornam mais lentos devido à diminuição da altura equivalente efetiva; desta forma, sistemas convectivos organizados devem apresentar longos ciclos de vida se não forem sensivelmente perturbados.
A previsão do tempo e do clima em regiões tropicais sofre influência de sistemas nos quais a liberação de calor latente é energeticamente importante.
Para as regiões sul-sudeste no período de verão, a ZCAS tem importante papel na ocorrência de veranicos e enchentes severas; além disso, existem modulações na escala intrasazonal e interanual que dão origem a significativas anomalias climáticas no Brasil.
O regime pluviométrico na região sul-sudeste sofre modulações devido à oscilação de 30/60 dias, o que promove períodos favoráveis de precipitação intensa e veranicos associados à ZCAS; no estado de São Paulo, por exemplo, os períodos mais úmidos dentro da estação chuvosa são caracterizados pela presença de ZCAS.
O processo teleconectivo entre ZCPS e ZCAS se dá numa escala temporal de 5 a 15 dias, o que indica que há potencial de previsibilidade de características gerais no período de verão.
Quanto à previsibilidade pelos modelos operacionais de escala global, pode-se dizer que ainda existem erros quantitativos significativos, provavelmente pelo fato de que os modelos ainda não são capazes de reproduzir adequadamente os perfis de aquecimento e que os esquemas de análise e assimilação de dados não sejam suficientemente precisos para reproduzir adequadamente a estrutura em mesoescala da ZCAS.
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Figura 5 |
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Figura 6 |
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Figura 7 |
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Figura 8 |
1. O que é ZCAS? Em que época do ano ela ocorre?
2. Qual a extensão típica da ZCAS e qual a relação dela com a estação chuvosa, levando em conta a bacia de drenagem continental do Rio da Prata?
3. Qual a relação entre a OLR (alta e baixa) com relação à nebulosidade? (Dica: Lembre da convecção profunda)?
4. Explique o padrão dipolo das anomalias de precipitação em períodos de ZCAS.
5. Quais os critérios para identificação de ZCAS?
6. Fisicamente, quais os fatores que originam a ZCAS?
7. Como você explica o longo tempo de vida dos sistemas convectivos? Como a convecção pode ficar estacionária?
8. Esquematize o nível de liberação de calor latente com a localização da subsidência.
9. Qual o efeito remoto do cavado a leste dos Andes para a ZCAS?
10. Qual a relação da ZCPS com a ZCAS?
11. O que é e para que serve a oscilação Maden-Julian?
12. De que forma os Andes contribui para o escoamento em baixos níveis? E em altos níveis?
13. De que maneira a anomalia de TSM no Atlântico pode favorecer a ZCAS?
14. Qual a importância da ZCAS para a variação interanual na região Sul/Sudeste do Brasil?
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(acessado em 15/08/10)
Marton, E.: Doutorado (2000); Calderon, D.: Mestrado (2000).